domingo, 14 de abril de 2013



A origem do povo cigano

A origem exata do povo Cigano é desconhecida, e como o povo Cigano não tem uma linguagem escrita até hoje, fica difícil definir sua verdadeira origem. Tudo o que se falar, será baseado em conjecturas, suposições e relatos dos mais velhos da tribo.
A hipótese mais aceita é que o povo Cigano foi expulso por invasores árabes há quase 3 mil anos da região noroeste da Índia . A tez morena comum aos hindus e ciganos, as roupas coloridas, os princípios religiosos e a semelhança entre o sânscrito, um dos idiomas mais antigos do mundo, que era escrito e falado na Índia, com o idioma falado pelos ciganos, são fatos que reforçam esta hipótese.
Depois de vagar pelo Oriente, os ciganos invadiram o Ocidente e espalharam-se por todo o mundo. Essa invasão foi uma das únicas da história da humanidade que foi feita sem guerras. Foi uma invasão cultural e espiritual e ao contrário do que muitos pensam o povo Cigano é que foi perseguido, julgado e expulso ao longo da sua caminhada pacífica.
Não se sabe se esses eternos viajantes pertenciam a uma casta inferior dentro da hierarquia Indiana (os parias) ou de uma casta aristocrática e militar, (rajputs). Independentemente do status, a partir do êxodo pelo oriente, os ciganos se dedicaram a atividades itinerantes como: ferreiros, domadores criadores e vendedores de cavalo, saltimbancos, comerciantes de miudezas e o melhor de suas qualidades; a arte divinatória. Viajam sempre em grandes carroças coloridas e criaram normas poéticas para si mesmo.
Com valores muito diferentes dos nossos, os ciganos estão longe de querer o poder e não fazem questão de ascender na escala social. A família é à base da organização social, não havendo hierarquia rígida no interior do grupo. O comando é exercido pelo homem mais capaz e representa a tribo na Krisromani, uma espécie de tribunal cigano formado pelos membros mais respeitados de cada comunidade, com a finalidade de punir quem transgride, a rígida ética cigana. A figura feminina tem sua importância. É comum haver lideranças femininas e nenhum cigano deixa de consultar avós, mães e tias para resolver problemas importantes por meio da leitura da sorte.
A sexualidade é um ponto importante entre os ciganos e, ao contrário do que se imagina, eles têm uma moral bastante conservadora. Eles se casam cedo, seguindo sempre acordos firmados entre as duas famílias. A virgindade é exigida, não recebem nenhum tipo de educação sexual e ter filhos é a principal função do sexo. Descobrir os seios em público é natural, mas nenhuma mulher pode mostrar as pernas, pois da cintura para baixo todas são impuras, daí a imposição das saias compridas e rodadas para as mulheres que também são proibidas de cortar os cabelos, e nunca sentam à mesa com os homens.
Como praticantes da magia e das artes divinatórias, são elas que cada vez mais assumem o controle econômico da família. A leitura da sorte é a principal renda para a maioria das tribos. O resultado é um pouco contraditório: o homem manda, mas é a mulher quem sustenta o grupo.
Uma das maneiras dos ciganos se manterem unidos, vivos e com suas tradições preservadas, é o idioma falado por eles, o romani ou rumanez, que é uma linguagem própria e exclusiva. Como é uma língua ágrafa, sem forma escrita, o romani é transmitido na forma oral de pai para filho.É expressamente proibido ensinar o romani para os não ciganos. Assim como o idioma, todos os demais ensinamentos e conhecimentos da cultura e tradição ciganas, dependem exclusivamente da transmissão oral. Os mais velhos ensinam aos mais jovens e às crianças os conhecimentos do passado, o pensamento e a maneira de viver herdado dos ancestrais.

Matéria enviada por Pai Marcelo    

sexta-feira, 5 de abril de 2013




Esta oração foi enviada pelo meu grande amigo Marcelo de Oxalá, que trabalha na linha da Umbanda, trazendo toda felicidade e alegria do povo cigano, em especial meu grande amigo Wlademir cigano admirável......



Oração ao cigano Wlademir!

Salve Cigano Ó glorioso e poderoso cigano Wladimir, neste instante, 

é com o meu coração cheio da mais profunda fé, 
que me dirijo ao teu luminoso espírito, 
que tem poder e forças entre todas as entidades ciganas que hoje, 
como estrelas brilhando no infinito, 
são entidades que por misericórdia nos assistem em nossas aflições. 
Em particular a ti, peço, querido cigano Wladimir, que me ampares, 
com teu coração bondoso, jamais deixando que eu venha a cair 
sob o impulso das provas desta vida; 
protege meu corpo, livrando-o das doenças; 
protege o meu coração, 
não deixando nunca que nele se abrigue o ódio; 
protege minha mente, para que ela seja sempre abrigo 
de pensamentos positivos e de força; 
protege a minha família, 
protege o meu caminho, livrando-me dos inimigos, 
da terra e do espaço. 
Por todo o bem que sei que fazes sempre, 
por todos aqueles que depositam fé incondicional em ti, 
é que peço à Santa Sara, a Padroeira Universal dos Ciganos, 
que encha teu espírito de Força, Luz e Poder, 
para que estejas sempre pronto a atender aos teus filhos, 
aos teus seguidores... 
e a Deus, nosso Pai maior, peço que tome nos braços este filho 
tão querido que és e, ao lado dele, 
jamais esqueças de nós, 
Ó glorioso e bondoso cigano Wladimir....




domingo, 2 de dezembro de 2012


As intenções dentro da Espiritualidade
.

Quando falamos de espiritualidade devemos sempre nos lembrar das seguintes palavras ação e reação.
Sempre quando pedimos auxilio espiritual em determinadas situações nos esquecemos de nos colocar na posição do outro, a quem na maioria das vezes queremos atingir para nos beneficiar de alguma forma.
Seja ela no amor, dinheiro, negócios  ou saúde. Tem sempre alguém que vem em nosso auxilio pessoal, espíritos que se propõe a nos ajudar e mesmo neste sentido não sabemos exatamente com quem estamos lidando.
Quando falamos de amor devemos nos lembrar sempre que tudo que fazemos geramos um carma que ira nos cobrar por todas as nossas atitudes e nos mostrar que a doce ilusão de ter aquilo que desejamos tem um preço que nem sempre estamos dispostos a pagar, pois não temos noção alguma das conseqüências e raramente paramos para pensar na vontade alheia.
Trazer um individuo para nosso lado sem que isso seja um ato espontâneo é um processo custoso para nosso espírito ainda em evolução. As amarrações tem um grande poder de realização devido a oferta que fazemos aos espíritos que se propõe a nos ajudar, mas num ato de desespero vendemos o pouco que temos em busca de nossa realização pessoal.
As amarrações tem um tempo certo de duração que dura de 7 dias, meses ou anos, e não nos damos conta que neste impasse da vida interferimos no livre arbítrio do próximo obrigando este ser a estar ao nosso lado custe o que custar.
Você sabia que quando o desespero nos leva a cometer um ato deste de pura insanidade estamos transferindo todo um período carmático deste ser, a nos mesmos? Que pagamos por toda felicidade que por vezes assim adquirida estamos contrariando o destino?
Pois é as coisas que eram tão fáceis deixaram de ser, e o sofrimento toma conta de nossas vidas, e nem ao menos nos damos conta que na verdade estamos tendo as pagas pelas interferências espirituais.
Nem todo espírito que se propõe a nos ajudar é bonzinho assim dizendo, que nem sempre estamos jogando limpo com a vida e nos tornando melhores por nossos atos que satisfazem apenas o nosso ego.
Ação e reação sob todas as coisas.
O Universo possui uma energia única que é dispersada a nosso auxilio em fases de nossa vida, energia esta que vem nos amparar de acordo com aquilo que realmente merecemos, por tanto não adianta querer enganar a lei, pois ela existe e esta em constante movimento o tempo todo. Não cai uma folha no chão sem que Oxalá não tenha conhecimento.
É inútil querer passar despercebido, o que fez ira pagar, plantou ira colher, sem poder de escolha, isto funciona a todos nos encarnados em qualquer situação seja ela boa ou má.
O que na verdade estou deixando claro aqui para vocês, é que quando fazemos algo para nos beneficiar e não medimos as conseqüências estamos plantando sementes falsas, estamos mexendo com o desconhecido, e na verdade não paramos para pensar a respeito do preço de tudo isso. Mesmo porque na maioria das vezes somos enganados com as promessas que ouvimos, somos ludibriados por espíritos que nada mais querem a não ser detonar o campo astral dos seres encarnados tornando você escravo de suas vontades, mesmo porque isso é um jogo que não acaba nunca e o sofrimento é certo.
Cuidem mais de seus pensamentos, aprendam a finalizar as historias que já se deram por acabada em suas vidas sem interferir na vontade do próximo, aprenda que o que é seu de verdade ninguém irá tirar de seu caminho. Não imponha a sua vontade a quem não quer assim realizar, não faca do ser humano um escravo de seus caprichos como se fossem marionetes.
Existem momentos e pessoas que precisam passar, e é sua obrigação acatar a vontade de Oxalá e trazer para sua vida um a período de transformações lutas e vitorias.
Aquele que se resume em viver a vida do outro esta esta-guinando sua existência, esta deixando de fazer sua parte aqui na terra, de crescer e evoluir.
Lembre-se o único que tem o direito de fazer justiça é aquele Deus que esta la em cima nos observando a todo o momento, ele é o único capaz de colocar um ponto final em nossas tristezas e dificuldades, pois ele sim é dono das verdades.
Não se iluda com a promessa do que é fácil, por que se aqui estamos é justamente porque ainda temos fases a cumprir e não atingimos um  estado de perfeição.
Busque o seu melhor, esqueça as magoas transforme aquilo tudo que esta em suas mãos em felicidades em realizações pessoais e acima de tudo aceite as coisas como elas são, pois não há sofrimento que dure para sempre e tudo depende de como você reage nestas situações da vida.
Que as verdades entrem em seu intimo como uma forma de conhecimento, que aprimore seu espírito a se adaptar as situações terrenas. E que tudo aquilo que julga impossível Oxalá traga em seu caminho de acordo com o que merece!!!
E que cada um tenha o poder de escolha...


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

         A Importância do altar cigano!


O altar serve como elo de ligação e comunicação entre o Cigano e seu médium. 
Desde o momento em que existe a intenção de se oferecer um altar a um Cigano, ali se cria um elo espiritual. O cigano que é cultuado ali, sempre irá ouvir o chamado feito pelo médium diante do altar.

O mais importante em um altar para os Ciganos são os 4 elementos. Para representa-los, usamos
um castiçal com vela, representando o fogo, mesmo que a vela esteja apagada.
As cores podem ser qualquer uma, exceto preto e marrom. Essas cores só são usadas em certos
tipos de rituais.

NÃO PODEMOS ESQUECER QUE TEMOS QUE TER A IMAGEM DE SANTA SARA KALI, ASSIM COMO A IMAGEM DE NOSSOS CIGANOS ESPIRITUAIS.

Deveremos ter uma taça bonita com água. A água representa o sentimento, por isso deve ser sempre a mais pura e limpa possível. Essa água na taça atua como um catalizador de más energias, e quando estiver turva, deve ser jogada em água corrente e trocada, sempre por água filtrada.

Um incensário, onde um incenso deve ser aceso pelo menos uma vez por semana – representa o ar.
Incenso Floral para Ciganas (rosa, violeta, lírio, dama da noite, jasmim, etc) e Incenso Herbal para Ciganos (Sândalo, canela, cravo, eucalipto, mirra, alecrim, benjoim, etc).

E cristais, de vários tipos, cores, formas e tamanhos; caso não seja possível ter muitos, coloque algum(s) escolhido(s) por intuição. O ideal é ter pelo menos uma pedra em estado bruto/ponta. As pedras podem ficar também num pote de vidro transparente sem tampa com água, pois a mesma potencializa a capacidade energética dos Cristais. Os cristais fecham o ciclo, representando a terra.

Cada elemento está relacionado a um de nossos aspectos.
Corpo - terra,
Coração (emoção) - água,
Mente - ar
Espírito - fogo.

Além desses elementos que são básicos, qualquer outra coisa que seja sentida por intuição, pode ser colocada: baralho, leque, adornos, lenços, baú, etc. As únicas exceções são: Punhal – só deve ser colocada um punhal já trabalhado, ou seja, que tenha passado pela magia de um Cigano, que pode ser o seu incorporado, ou o de outra pessoa (alguém que fez o trabalho no punhal p/ você – nesse caso, recomendo muitíssimo cuidado antes de aceitar).

Para o fortalecimento dos Ciganos(as), é muito bom colocar uma fruta no altar, pelo menos 1 vez por semana, na 2ª noite da lua cheia ou crescente Só não coloque frutas ácidas, tipo abacaxi ou laranja... Ciganos não gostam de sabores ácidos, pelo menos a maioria não, e se você não tiver a certeza, melhor não arriscar! As frutas devem ficar até um pouco antes de apodrecer, e devem ser despachadas num jardim bonito.

Pode ser oferecido também uma taça com vinho, além da que tem água, pois o vinho é a bebida Universal dos Ciganos. Após uma semana, ou quando a lua virar, despeja o vinho em água corrente. Flores também são bem vindas no altar, sendo que se for um altar para Cigano, as flores devem ser cravo branco ou vermelho, girassol, lírio branco ou Rosa branca (rosas em números ímpares). Essa regra vale apenas para caso de não se conhecer as preferências de cada Cigano. As flores murchas/secas devem ser colocadas em um jardim,onde não haja espinhos.

Não limpe seu altar na fase da lua minguante,pois isto atrapalharia suas boas vibrações como saúde e prosperidade.
Depois de criado seu altar, todos os dias, aproxime-se dele faça uma oração, mentalize a força que te acompanha.


Optcha!!!!!

quarta-feira, 31 de outubro de 2012



Palavras da Cigana                                       

Sempre haverá tempo, para colocar nossos sonhos em dia, para colocar as desculpas em ordem, para reviver um grande amor para matar as saudades!
Para dizer eu te amo.
O tempo é amigo das circunstancias é fogo que age em nosso viver, é dono das inúmeras expectativas das oportunidades que deixamos passar.
Hoje pode ate parecer tarde demais, não somos donos do amanhã.
Podemos deixar algumas situações 

de lado por algum tempo, mas o que tiver que acontecer iremos passar, tempo é rei e não adianta querer enganar.
Um dia tudo vai mudar, o jogo vai virar, temos que aguardar juntando força e coragem para lutar. Seria uma bela rima se não fizesse parte da vida de muitas pessoas.
Força e fé é o que vai nos ajudar...
Como diria uma bela Cigana dona do meu respeito, a vida esta na palma da mãos de quem não desiste de tentar de quem não tem medo de chorar. Segue adiante pois lá na frente ha de alcançar todo merecido respeito e a fé a te amparar!!!!!
Pra quem tem coragem de viver a vida esta ai... Pronto segure nas mãos do destino e faça com que ele seja favorável a você busque viva!!!!
Felicidades... Felicidades ....Felicidades
Cigana Esmeralda.....


                            

sexta-feira, 26 de outubro de 2012


O Violino Cigano (conto cigano)

                                            Cigano Vlademir




Numa bela casa rodeada por um bosque enorme e sombrio viveu muito tempo atrás um barão viúvo e rico com suas três filhas. A mais velha chamava-se Dronha e era talvez a pessoa mais insuportável das redondezas. Porque além de muito feia, com sua boca enorme de dentes pontiagudos, ela conseguia deixar uma impressão horrível em todos que a conheciam. Achava que o mundo conspirava contra ela e não poupava ninguém do seu mau humor, com suas palavras sempre ríspidas e seus olhos apertados em constante irritação. A filha do meio era mais tonta do que propriamente de má índole. Mas era preguiçosa e impaciente, e maltratava todo mundo exigindo que seus desejos fossem satisfeitos imediatamente. Seu nome era Catina e sua aparência de igualava à de Dronha em feiura. O pior de tudo era o contraste entre as duas e a irmã mais nova, Leila. Não havia ninguém que não gostasse dela. Bela como um botão de rosa, parece que sua beleza tornava-se ainda mais exuberante pela alegria e doçura que acompanhavam todos os seus gestos, pela graça do seu olhar, pelo acolhimento atencioso que dispensava a quem se aproximava dela. Por sua causa, a situação das outras irmãs ficava ainda mais delicada. Era evidente, por exemplo, a preferência do velho barão pela filha mais nova e, o mais grave, todos os jovens do povoado só pediam a mão de Leila em casamento. Para garantir que as outras duas não ficassem solteiras, o pai dizia que só permitiria que Leila se casasse depois das irmãs. Isso não adiantou nada já que ninguém aparecia para cortejar Dronha e Catina.
Um dia elas pediram ao pai que não deixasse mais Leila ir junto com elas aos bailes e festas, para ver se alguém as convidava para dançar. Assim foi feito mas mesmo Leila tendo concordado de bom grado em não sair de casa, as irmãs ficavam a noite inteira sentadas num canto da festa, ignoradas por todos. A raiva que as duas sentiam de Leila foi aumentado dia a dia, até que Dronha chamou Catina e lhe disse:
    - Temos que fazer alguma coisa para nos livrarmos de Leila. Se ela continuar viva, não há esperança para nós, vamos ficar solteiras até nossa morte.

  1. - Que horror – disse Catina -, ela é nossa irmã, você não pode nem pensar em fazer nada contra ela. Não conte comigo para nenhum plano.
  2. - Pois então está bem. Cuido de tudo sozinha, não preciso mesmo de uma idiota que só atrapalha como você.
No dia seguinte Dronha convidou Leila para um passeio no bosque. Leila ficou feliz, afinal quase nunca saía de casa e adorava caminhar no meio das árvores. As duas passaram a tarde conversando enquanto se embrenhavam cada vez mais para o fundo do bosque, onde havia um grande precipício à beira do caminho. Foi para lá mesmo que Dronha conduziu a irmã sem que ela desconfiasse de nada.
  1. - Nossa – disse Leila -, eu nunca tinha chegado até aqui. Imagine se alguém cair lá embaixo, dá medo só de pensar.
  2. - Que tal experimentar esse medo pessoalmente? - gritou Dronha, empurrando Leila com toda força abismo abaixo.
No meio da queda, a pobre menina agarrou um ramo de zimbro enraizado no morro e ali ficou dependurada, tentando não soltar a mão de jeito nenhum.
    - Por favor – ela dizia -, não faça isso comigo, Dronha. Não me deixe morrer nesse lugar. Ajude-me a sair daqui.

  1. - Vou ajuda-la, com certeza – respondeu a irmã completamente transtornada. E, pegando um pedaço de pau, Dronha bateu com fúria na mão da irmã que segurava o galho de zimbro.
Com um grito de dor, Leila largou o galho e caiu nas profundezas do abismo. A irmã olhou para baixo e não viu nem sinal dela. No silêncio daquele lugar tenebroso ficou guardado o segredo do seu crime, e ela foi para casa certa de que tinha feito o que era necessário e que agora sua sorte ia mudar.

No dia seguinte o barão achou estranho que Leila não estivesse na casa e que ninguém soubesse dizer para onde ela tinha ido. Preocupado, ordenou que os empregados dessem uma busca nos arredores, depois foi ele mesmo acompanhado de homens valorosos procurar a menina nos quatro cantos daquele reino, dia e noite sem parar. Mas Leila tinha desaparecido e, por incrível que pareça, ninguém se lembrou de procurá-la no abismo do bosque. Um ano se passou, e enquanto na casa grande o barão chorava a perda de sua filha querida, Leila jazia sem vida no fundo do precipício. Mas enquanto seu corpo se decompunha e se misturava à terra, às folhas secas, às pedras e à areia, o ramo de zimbro de permanecia na sua mão foi se enraizando e ganhando força no meio daquele solo fértil e úmido. Depois de dois anos transformou-se numa árvore comprida, cujos ramos mais altos chegaram até o caminho, à beira do abismo. A copa imponente da árvore de zimbro balançava ao vento, e de seus galhos emanava uma estranha melodia, que em tudo se parecia com uma música cigana.

Todos os dias, atraído por essa melodia, um jovem pastor cigano chamado Lavuta se aproximava da árvore sentava-se embaixo dela. Ele era conhecido como o melhor tocador de violino da região. As pessoas diziam que, quando ele tocava, era como se os mais melodiosos espíritos da floresta estivessem animando seu coração e seus dedos. Todos paravam seus afazeres para escutá-lo, até as crianças, as plantas, os animais e os rios se aquietavam num silêncio embevecido, quando Lavuta tocava.
Toda vez que ele ouvia o lamento da árvore de zimbro, deixava seu rebanho e vinha para perto dela, sentava-se, punha seu velho violino sob o queixo e começava a tocar. O violino estava bastante estragado, mas Lavuta gostava dele como se gosta de um amigo querido. Um dia, enquanto tocava entretido embaixo da árvore, o arco do violino se partiu. Lavuta depositou o violino no chão para examinar o arco, e no mesmo instante o violino escorregou precipício abaixo. Ele se levantou de um salto mas não conseguiu pegá-lo. O pastor desesperou-se pois aquele violino era tudo que ele tinha neste mundo, e chorou por muito tempo, até adormecer, inconformado, deitado de bruços, com o rosto na terra.

E então ele teve um sonho: ele estava ali, naquele mesmo lugar, escutando os murmúrios dos galhos da árvore de zimbro, e aos poucos o triste lamento foi se transformando numa música que soava como um violino. Ele percebeu que era seu violino que tocava sozinho e, junto com ele, uma voz de mulher cantava uma triste melodia cigana. Ele compreendia muito bem as palavras da canção, que dizia:
“Lavuta, pegue seu violino e toque, para todo mundo saber que eu fui morta por uma mulher má de dentes pontiagudos.”

O pastor, dentro do seu sonho, pensou que não poderia tocar, pois o violino tinha caído no precipício. Como se tivesse escutado seus pensamentos, uma voz ecoou lá do fundo do abismo, dizendo-lhe que cortasse o alto do tronco da árvore de zimbro e que com a madeira fizesse outro violino.

Quando acordou logo em seguida, Lavuta lembrou do sonho com todos os detalhes, achou tudo muito estranho, mas ao mesmo tempo resolveu não dar muita importância, pois aquilo tinha sido apenas um sonho.
Depois de reunir o rebanho, ele voltou para seu quarto, que ficava num lugar distante, dentro das terras do barão. Naquela mesma noite ele teve outro sonho: via uma linda jovem entrar no seu quarto segurando um violino. Olhando melhor, percebeu que era seu violino que ela estendia na sua direção. Em língua cigana ela dizia:
    - Toque seu violino e depois quebre-o de encontro à mesa. Se fizer isso, eu serei sua mulher.
Em seguida ela desapareceu no ar e Lavuta acordou. Nesse mesmo momento ele tomou uma decisão. Na manhã seguinte, assim que se levantou, foi até a beira do precipício para cortar a árvore de zimbro. Passou o dia inteiro esculpindo e moldando a madeira, até que o violino ficou pronto quando a noite chegou. Feliz da vida, admirando sua obra, Lavuta se preparou para experimentar o violino, mas assim que ele levantou o arco, o violino começou a tocar sozinho. Era a mesma melodia e a mesma voz cantando a canção cigana do seu sonho.

A melodia soava muito alto e chegava lá fora, pela janela aberta do seu quarto. O cuidador de cavalos do barão, que passava por ali naquele momento, ouviu as estranhas palavras daquela música e foi falar com Lavuta.
    - Quem está cantando? – ele perguntou.
Lavuta lhe contou toda a história desde seu primeiro sonho, e o amigo o aconselhou a mostrar o violino mágico para o barão.
  1. - Você sabia – ele disse – que a mulher do barão era cigana? Acho que ele vai gostar de conhecer esse milagre e vai até compreender as palavras da canção.
Os dois foram juntos até a casa grande e pediram para ver o barão. Quando ele apareceu, o violino começou a tocar e o pobre arregalou os olhos, sobressaltado:
  1. - É a voz da minha filha. Onde é que ela está?
Ele correu pelos cantos da sala, por toda parte, e não encontrou ninguém. Mas as palavras da música ele havia entendido muito bem, e sabia perfeitamente quem era a mulher má de dentes pontiagudos. Horrorizado, ele foi atrás da filha mais velha e não teve muito trabalho em fazê-la confessar o que havia feito. O velho barão expulsou as duas filhas de sua casa, dizendo-lhes que nunca mais voltassem, achando que Catina tivesse sido cúmplice da irmã, embora ela não soubesse de nada.

Enquanto isso, de volta ao seu quarto, Lavuta ficou um certo tempo segurando o violino mágico, pensando na jovem que havia aparecido no seu sonho.
  1. - Será que é mesmo Leila, a filha do barão? – ele dizia para si mesmo. – Ela prometeu que se casaria comigo se eu quebrasse o violino na mesa.
Ele não sabia se devia ou não acreditar no sonho. Olhou o violino pela última vez e com um gesto firme espatifou-o de encontro à mesa. No mesmo momento, Leila apareceu, viva, diante dele. Na mão ela trazia seu velho violino, consertado, com cordas novas, a madeira brilhando, perfeita. Completamente aturdido, Lavuta escutou sua história.
  1. - Durante dois anos eu fiquei enterrada no abismo – ela começou, falando com voz doce e perfumada. – Minha mãe foi uma cigana conhecedora das artes da magia. Quando meu pai a conheceu, ficou encantado com sua beleza e apaixonou-se por ela. Ela também o amou, mas antes de se casarem ela foi amaldiçoada por um espírito que a desejava para si. O espírito determinou que todas as crianças que nascessem daquela união seriam feias e más. Depois que minhas duas irmãs nasceram minha mãe suplicou ao espírito que a libertasse do feitiço. Ele concordou, com uma condição: quando ela tivesse outra criança, deveria morrer e ir viver com ele no reino dos espíritos. O preço da minha beleza foi a morte da minha mãe. Depois, quando minha irmã me empurrou no precipício, a alma da minha mãe se converteu no ramo de zimbro que eu agarrei na queda. E foi segurando o ramo, a mão de minha mãe, que eu caí lá embaixo. Criando raízes, o ramo virou árvore e eu pude nascer pela segunda vez do corpo da minha mãe. Mas minha forma humana eu só poderia recuperar se um homem transformasse a madeira da árvore no objeto mais querido do seu coração. Você amava seu violino, Lavuta, e quando ele caiu no abismo eu sabia que apenas você, com seu amor, poderia me devolver à vida. Por isso apareci no seu sonho e agora estou aqui.
  2. - Parece que o que tinha que acontecer já foi feito – disse Lavuta. – Eu recebi meu violino de volta e você voltou a viver. Mas também me lembro de uma certa promessa...
  3. - Eu não a esqueci – disse Leila com um sorriso encantador. – Você não quer experimentar seu violino antes de mais nada?
Lavuta se preparou para tocar e, como antes, o violino começou a tocar sozinho a melodia do sonho acompanhada da canção cigana. Pouco depois, o barão entrou , atraído pela música, e mal pôde acreditar quando viu a filha estendendo os braços apara abraçá-lo.
  1. - Meu pai – ela disse -, o pastor Lavuta me devolveu à vida e eu prometi casar-me com ele.
O velho barão estava tão radiante que não fez nenhuma objeção ao casamento. Pouco importava se seu futuro genro era um pobre pastor; a única coisa que ele queria era ver sua filha feliz e viva.

E ele nunca teve nenhuma razão para se arrepender do seu consentimento. O pastor Lavuta ficou conhecido em todo o reino, não por ter se casado com a filha do barão, mas sim por ser o maior violinista de que aquele povo teve notícia. Até hoje se contam histórias que falam de como Leila e Lavuta se amaram, dos filhos que tiveram e de como o pastor prosperou e tornou-se senhor daquelas terras, graças à sua arte, que a todos encantava. Mas todas as histórias que foram contadas, de geração em geração, começam falando do verdadeiro amor e da sabedoria de uma mulher cigana.







A Devoção a SANTA SARA KALI 

A maior peregrinação dos Ciganos é a que acontece para Saintes-Maries-de-La-Mèr, na região de Camargue (Sul da França), onde fica o Santuário de Santa Sara. Todos os anos, Ciganos do mundo inteiro peregrinam às margens do mar Mediterrâneo para louvar Santa Sara, nos dias 24 e 25 de maio. 

A origem do culto a Santa Sara permanece um mistério. Foi provavelmente na primeira metade do século XIX que os Boêmios criaram o hábito da grande peregrinação anual a Camargue.  

Contam-se muitos milagres atribuídos a Santa Sara, considerada a Padroeira do Povo Cigano.  

Além de trazer saúde e prosperidade, Santa Sara Kali é cultuada pelas Ciganas por ajudá-las diante da dificuldade de engravidar e como protetora dos partos difíceis.  

Muitas Ciganas que não conseguiam ter filhos faziam promessas: se concebessem, iriam à cripta da Santa, em Saintes-Maries-de-La-Mèr, cumprindo uma noite de vigília e depositando em seus pés, como oferenda, o mais bonito lenço (diklô) que encontrassem. E lá existem centenas de lenços, como prova que muitas Ciganas receberam esta graça. 

Existem muitas lendas sobre Santa Sara.  

Uma delas conta que entre os anos 44 e 45 d.C., quando o rei Herodes perseguia os cristãos, alguns discípulos de Jesus foram colocados no mar, em embarcações sem remos e sem provisões, entregues à própria sorte. Numa dessas embarcações estavam Maria Madalena, Maria Jacobé, Maria Salomé, José de Arimatéia e Trofino que, junto com Sara, uma cigana escrava, foram atirados ao mar. As três Marias entraram em desespero, chorando e rezando.  

Então, Sara retirou o diklô (lenço) da cabeça, chamou por Kristesko (Jesus Cristo) e fez um juramento: se todos se salvassem, ela seria escrava do Mestre Jesus e jamais andaria com a cabeça descoberta, em sinal de respeito.  

Milagrosamente, a barca atravessou o oceano e aportou em Petit-Rhône, hoje Saintes-Maries-de-La-Mèr, na França.  E Sara cumpriu sua promessa até ao fim de seus dias. 

Até hoje, o diklô (lenço) é um simbolismo forte entre os Ciganos. Significa a aliança da mulher casada, um sinal de respeito e fidelidade.  
  




O uso benéfico das essências! 
Lembrando que podemos fazer uso destas essências em incensos, aromatizadores e óleos essenciais.

Estimulantes
 

Alecrim: o frescor do alecrim acalma as apreensões enquanto estimula o espírito.
Canela: a canela, com seu aroma ácido e picante, tem propriedade vitalizante e aumenta a energia.
Menta: tirada da hortelã-pimenta, recém colhida no coração da América do Sul, estimula, revigora e refresca os sentidos.
Cravo: óleo de aroma intenso, afrodisíaco e ativador de circulação.
Gengibre: reverenciado na Ásia, de onde é nativo o gengibre é amado pelas suas propriedades excitantes e fortificantes.
Laranja: Laranja ajuda a refrescar idéias e a elevar o espírito.
Chocolate: energético, eleva o bem-estar.

Relaxantes

Camomila: tranquiliza a alma e promove relaxamento.
Capim-Limão: tem propriedades desinfetantes. O capim-limão ajuda a purificar a mente, criando uma atmosfera romântica.
Rosa: identificada pela fragrância sensual, a essência da Rosa ajuda a purificar a mente, criando uma atmosfera romântica.
Sândalo: escuro, exótico e sedutor, o sândalo indiano relaxa e conforta a alma.
Cedro:Essência de uso muito antigo, o Cedro tem propriedades calmantes e confortantes.
Lavanda: Essência, cultivado nos campos viçosos da França, acalma e relaxa.

Patchouli
Patchouli: nativo da Ásia, a essência de Patchouli é sempre procurado para relaxar a mente.
Verbena: de aroma semelhante ao de um limão doce, porém mais refinado. Tem efeito relaxante, revigorante e revitalizante sobre as emoções.

Refrescante

Erva-Doce: desintoxicante, associado a banho.
Algas-Marinhas: sensação de limpeza, também associada a banho.
Eucalipto: limpeza, é também descongestionante e expectorante, inibidor de tabaco

Essências afrodisíacas:
Yang Yang- Indicada para mulheres, traz a sensação de sensualidade, feminilidade e envolvimento, auxilia na entrega do parceiro.
Jasmim- Para mulheres traz a sensação de sensualidade, estimula o lado feminino da mulher pois possui aroma envolvente.
Rosa e Gerânio- Recomendo para as mulheres que tem necessidade de força de realização,  que necessitam de estimulo para se impor, possui um aroma envolvente, são suavemente quentes e estimulantes.
Aipo usado há tempos pelos romanos como estimulante. Indicado consumo.
Aipo, cominho, Tabaco- Recomendo o uso para homens, como nota em fundos de perfumes, são estimulantes sexuais, puros tornam se desagradáveis e excessivamente fortes, estimulam a masculinidade.
Vetiver e Patchouli- Indicado para homens, aromas fortes, inspiram capacidade e segurança.
 Sândalo.
Sândalo- Indicada para homens pois transmite à mulher uma sensação de segurança, de capacidade e auto domínio, características admiradas pelas mulheres num homem.
Benjoim do Sião- Relaxante e facilitador dos relacionamentos quando sob tensão.






Incensos
Cada incenso que usam tem uma finalidade específica. Exemplos:


Mirra- incenso considerado sagrado. Usado para limpeza, durante e após os rituais, bem como para desfazer magias negativas;
Sândalo- para estabelecer a sintonia com o Astral;
Lótus- para paz e tranquilidade;
Benjoim- para proteção e limpeza;
Madeira- para abrir os caminhos;
Almíscar- para favorecer os romances;
Jasmim- para o amor;
Laranja- para acalmar uma pessoa ou um ambiente.